Blog da Editora Advaita com textos de dialogos com Sri Nisargadatta Maharaj e outros Mestres como Sri Ramana Maharshi, Jean Klein, Ramesh Balsekar, Tony Parsons, Karl Renz e outros. Não-dualidade. Para encomendar o livro "Eu Sou Aquilo" Tat Twam Asi - Conversações com Sri Nisargadatta Maharaj" escrever para editora.advaita@gmail.com

sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Sabio (O Jnani)





Pergunta: Sem o poder de Deus, nada pode ser feito. Sem Deus, inclusive, você não estaria aqui falando para nós.

Maharaj: Tudo é Sua ação, não resta dúvida. Mas o que tem que ver comigo, já que não quero nada? O que Deus pode me dar ou tirar? O que é meu é meu, e o era mesmo quando Deus não existia. Certamente, é uma coisa pequenina, uma partícula: o sentimento “eu sou”, o fato de ser. Este é meu próprio lugar, ninguém o deu a mim. A terra é minha; as colheitas, de Deus.

P: Você arrendou a terra a Deus?

M: Deus é meu devoto e fez tudo isto por mim.

P: Não há Deus separado de você?

M: Como poderia haver? “Eu sou” é a raiz, Deus é a árvore. A quem deveria adorar e para quê?

P: É você o devoto ou o objeto de devoção?

M: Nenhum dos dois, eu sou a própria devoção.

P: Não há suficiente devoção no mundo.

M: Você está sempre pensando em melhorar o mundo. Acredita realmente que o mundo espera que você o salve?

P: Não sei quanto posso fazer pelo mundo. Tudo o que posso fazer é tentar. Há alguma outra coisa que gostaria que eu fizesse?

M: Sem você, existiria um mundo? Você conhece tudo acerca do mundo, mas de você mesmo nada sabe. Você próprio é a ferramenta de seu trabalho, não tendo outras ferramentas. Por que não cuidar das ferramentas antes de pensar no trabalho?

P: Eu posso esperar, enquanto o mundo não pode.

M: Por não inquirir, faz com que o mundo continue esperando.

P: Esperando o quê?

M: Alguém que possa salvá-lo.

P: Deus governa o mundo, Deus o salvará.

M: Isto é o que você diz! Veio Deus e lhe disse que o mundo é Sua criação e de Sua competência, e não de você?

P: Por que isto teria que ser minha única preocupação?

M: Considere-o. O mundo em que você vive, quem mais o conhece?

P: Você o conhece. Todos o conhecem.

M: Veio alguém de fora de seu mundo para dizer isto? Eu e todos os demais aparecemos e desaparecemos em seu mundo. Todos estamos a sua mercê.

P: Não pode ser tão ruim! Eu existo no seu mundo como você existe no meu.

M: Você não tem provas de meu mundo. Você está completamente enrolado no mundo que você mesmo fez.

P: Estou vendo. Completamente, mas – sem esperança?

M: Dentro da prisão de seu próprio mundo aparece um homem que lhe diz que o mundo de dolorosas contradições, que você criou, não é contínuo nem permanente e se baseia em um equívoco. Ele pede a você para que saia dele do mesmo modo pelo qual entrou. Você se meteu nele ao esquecer o que é, e sairá dele conhecendo-se a si mesmo como é.

P: De que modo isto afetaria o mundo?

M: Quando você estiver livre do mundo, então você poderá fazer algo por ele. Enquanto for seu prisioneiro, você não terá solução para mudá-lo. Pelo contrário, qualquer coisa que fizer agravará a situação.

P:A retidão me libertará.

M: A retidão, sem dúvida, fará de você e de seu mundo um lugar cômodo, inclusive feliz. Mas, de que lhe serviria? Não há realidade nele. Ele não poderia durar.

P: Deus ajudará.

M: Para ajudar, Deus teria que conhecer sua existência. Mas você e seu mundo são sonhos. Nos sonhos você pode sofrer agonias. Ninguém o sabe e ninguém poderá ajudá-lo.

P: De modo que todas as minhas questões, minha busca e estudo não servem para nada?

M: Tudo isto não é senão a agitação de um homem cansado de dormir. Não são as causas do despertar, mas seus primeiros sinais. Mas você não tem que fazer perguntas fúteis cujas respostas já conhece.

P: Como obter uma resposta verdadeira?

M: Fazendo uma pergunta verdadeira, não verbal, atrevendo-se a viver de acordo com sua inteligência. Um homem disposto a morrer pela verdade a alcançará.

P: Outra pergunta. Existe a pessoa. Existe o conhecedor da pessoa. Existe a testemunha. Conhecedor e testemunha são idênticos, ou são estados separados?

M: O conhecedor e a testemunha são dois ou um? Quando o conhecedor é visto como separado do conhecido, a testemunha fica só. Quando o conhecido e o conhecedor são vistos como um, a testemunha se faz um com eles.

P: Quem é um gnani? A testemunha ou o Supremo?

M: O gnani é o Supremo e também a testemunha. É tanto o ser como a Consciência. Em relação com o consciente é a Consciência; em relação com o universo é o ser puro.

P: E a pessoa? O que vem primeiro? A pessoa ou o conhecedor?

M: A pessoa é algo muito pequeno. Realmente é um composto, não se pode dizer que exista por si mesma. Desapercebida, simplesmente não está aí. Não é senão a sombra da mente, a soma total de recordações. O ser puro se reflete no espelho da mente como o conhecer. O que é conhecido toma a forma de uma pessoa baseada na recordação e no hábito. É só uma sombra ou projeção do conhecedor na tela da mente.

P: O espelho e o reflexo estão aí. Mas onde está o sol?

M: O Supremo é o sol.

P: Deveria ser consciente.

M: Não é nem consciente nem inconsciente. Não pense nele em termos de consciência ou inconsciência. É a vida que contém a ambas e está além delas.

P: A vida é tão inteligente. Como pode ser inconsciente?

M: Você fala do inconsciente quando há um lapso na memória. Na realidade só há consciência. Toda a vida é consciente, toda consciência é vida.

P: Inclusive as pedras?

M: Mesmo as pedras são conscientes e estão vivas.

P: O problema é que eu sou propenso a negar a existência ao que não posso imaginar.

M: Seria mais sábio se negasse a existência ao que imagina. É o imaginado que é irreal.

P: Todo o imaginável é irreal?

M: A imaginação baseada nas recordações é irreal. O futuro não é inteiramente irreal.

P: Que parte do futuro é real e que parte, não?

M: O inesperado e o imprevisível são reais.
"Eu Sou Aquilo" - Editora ADVAITA

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Terça-feira, 14 de Julho 1981






"Um grupo de três pessoas estava visitado Maharaj pela primeira vez. Embora padecendo na cama e extremamente fraco, Maharaj lhes perguntou se havia alguma pergunta a fazer. Eles conversaram entre si e decidiram fazer apenas uma pergunta: “Maharaj, todos nós fizemos certa Sadhana por algum tempo, mas o progresso não parece o adequado. O que devemos fazer?” Maharaj disse que o propósito de qualquer esforço é obter algo, algum benefício que não se possui. O que é isto que tentam atingir? A resposta foi rápida e positiva: Nós queremos ser como você – iluminados.
Maharaj riu e se empertigou na cama. Quando estava mais confortável com dois travesseiros para apoiar suas costas, ele continuou: É nisto que a idéia errada está enraizada; em pensar que vocês são entidades que devem alcançar algo para que possam se tornar como a entidade que vocês pensam que eu sou! Este é o pensamento que constitui a ‘escravidão’, a identificação com uma entidade – e nada, absolutamente nada, exceto a desidentificação causará a ‘liberação’.
Como eu disse, vocês vêem a si mesmos e a mim como entidades, entidades separadas; eu vejo vocês exatamente como me vejo. Vocês são o que Eu sou, mas vocês se identificaram com o que pensam ser – um objeto – e buscam a liberação para este objeto. Não é uma enorme piada? Poderia algum objeto ter existência independente e vontade de agir? Poderia um objeto estar escravizado? E liberado?
O interlocutor juntou suas mãos em Namaskar e, muito respeitosamente, sugeriu que o que Maharaj tinha dito não poderia talvez ser questionado como um ideal teórico, mas que, certamente, disse ele, ainda que as pessoas possam ser entidades fictícias, nada mais que meras aparições na consciência, como viveríamos no mundo a menos que aceitássemos as diferentes entidades como suficientemente ‘reais’ na vida?
Esta discussão pareceu animar extraordinariamente o Maharaj, e a debilidade em sua voz desapareceu gradualmente. Ele disse: Você vê quão sutil é este assunto? Você respondeu sua própria pergunta, mas a resposta lhe escapou. O que você disse é que você sabe que a entidade como tal é totalmente fictícia e não tem autonomia própria; é apenas um conceito. Mas a entidade fictícia deve viver sua vida normal. Onde está o problema? É muito difícil viver uma vida normal, sabendo que a vida em si é um conceito? Você compreendeu? Uma vez que tenha visto o falso como falso, uma vez que tenha visto a natureza dual do que chama ‘vida’ – que na realidade é o viver – o restante será simples; tão simples como um ator desempenhando seu papel com entusiasmo, sabendo que é apenas um papel que ele está desempenhando em uma peça ou num filme, e nada mais.
Reconhecer este fato com convicção, apercebendo-se desta posição, é toda a verdade. O restante é mera atuação."


"Sinais do Absoluto"

Domingo, 26 de Julho de 1981




"Era uma manhã de domingo em que, costumeiramente, a salinha ficava cheia, no limite de sua capacidade. Maharaj sorriu e disse que, apesar de saberem que ele não estava em condições de falar, as pessoas seguiam visitando-o. O que esperavam obter? Com esforço considerável, e, apoiado pelo seu devoto assistente Anna, empertigou-se. Olhou em torno e disse que não era capaz de reconhecer as pessoas, mas que, se houvesse alguma pergunta, não a contivessem. Tentem, contudo, acrescentou, lembrar-se de que, no nível intelectual, não há fim para as perguntas.
Um visitante perguntou: Durante o curso da busca da verdadeira natureza, o mundo exterior e a mente interior criam numerosas obstruções. Por quê? E o que se deve fazer? Maharaj respondeu rapidamente: Insista naquele que está buscando. Isto é tudo o que necessita fazer e, de fato, não há nada mais que você possa realmente fazer. Se fizer isto – isto é, nunca deixar que escape o-que-busca – você, finalmente, descobrirá que o buscador não é outro senão a consciência que busca sua origem, e que o próprio buscador é tanto a busca quanto o buscado, e isto é você.
Houve outras diversas perguntas que Maharaj descartou mais ou menos sumariamente, já que se relacionavam ao comportamento de alguém no mundo, sendo o ponto principal o de que a natureza, ou a consciência em ação é a responsável pelo crescimento espontâneo do corpo a partir do momento da concepção até o nascimento do corpo e, mais tarde, da infância à juventude, ao pleno desenvolvimento e, finalmente, à decadência. “Por que você aceitou tão rapidamente a responsabilidade pelas ações do corpo e, através disso, a escravidão da retribuição por tais ações?” – ele perguntou.
Finalmente, perto do fim, surgiu uma pergunta: “Há qualquer diferença entre um Avadhuta e um Jnani? Estou fazendo a pergunta por que gostaria de saber como uma pessoa realizada age neste mundo”.
Maharaj riu e disse: Todas as suas palavras usadas para elaborar perguntas e todas as minhas como respostas a tais perguntas parecem não conduzir a nada. Tivesse mesmo uma de minhas simples respostas encontrado seu alvo, não haveria mais pergunta alguma. Assim, de certo modo, o que acontece é melhor; suas continuadas perguntas e minhas respostas contribuem para algum entretenimento para passar o tempo! De fato, não há nada mais a ser feito desde que não haja nenhum ‘propósito’ para este que é visto como o Universo – tudo é Lila, e nós participamos dela. Mas devemos entender isto.
De qualquer forma, ocupemo-nos de sua pergunta. Avadhuta, Jnani e realização são todos nomes de um estado, do qual a própria presunção básica é a total negação da separação de uma entidade individual, e, ainda assim, a pergunta está baseada no entendimento de que um Jnani é uma ‘pessoa’, e você quer saber como tal pessoa age neste mundo. Você vê a contradição que há nisto? No momento em que há a realização, a diferença entre o eu e os outros desaparece, e, certamente, junto com ela, a autoria da pseudo-personalidade. Portanto, uma vez que a realização aconteça – entenda que ‘alguém’ não ‘consegue’ a realização – o sentido de volição, ou desejo, ou escolha de ação não pode permanecer.
Tente entender a significação do que acabo de dizer. Se você entendeu, você também terá compreendido que não pode existir uma ‘pessoa’ realizada e, portanto, não há sentido em perguntar como uma pessoa realizada atuaria no mundo. O que acontece para o corpo? A resposta às situações externas é espontânea, intuitiva, sem a interferência de uma mente individual dividida, e, dessa maneira, está fora de questão a atividade volitiva. "









"Sinais do Absoluto"









sexta-feira, 9 de abril de 2010

Compreendamos os fatos básicos







"Quase todos os visitantes de fora vêm ao Maharaj depois de ter lido seu livro Eu Sou Aquilo. Eles dizem que na sua leitura sentiram um desejo compulsivo de encontrar Maharaj pessoalmente. Poucos deles dizem também que têm estado interessados na busca espiritual por muitos anos.
Consideremos o caso de um visitante estrangeiro comum. Sua primeira visita quase invariavelmente levanta uma certa quantidade de dúvidas em sua mente, tal como se agiu corretamente em gastar tanto dinheiro e seu tão duramente merecido descanso anual de férias vindo aqui. Os arredores sujos da casa de Maharaj, a simplicidade de sua minúscula sala, sua aparência física sem graça e sua roupa simples – tudo isto contribui para a dúvida inicial. Claro, depois de assistir a duas sessões e, certamente, no momento de ir embora, o visitante estrangeiro já estará pensando em sua próxima visita!
Há também um outro fator que, inicialmente, inquieta o visitante estrangeiro. O comportamento de Maharaj não é diferente daquele de qualquer outro homem comum na rua. E isto vai contra seu conceito de como um sábio, ou Jnani, deveria comportar-se, embora seu próprio conceito possa ser muito vago. Ele encontra as paredes da pequena sala de Maharaj cheias de imagens de numerosos deuses e santos. Ele o vê participando do canto dos Bhajans quatro vezes ao dia. Ele o encontra fumando cigarros baratos, produzidos artesanalmente na região, todo o tempo e, algumas vezes, falando sobre assuntos triviais em sua maneira despreocupada, e acha tudo isto muito desconcertante. Sua noção preconcebida sobre Maharaj era talvez aquela de uma figura patriarcal vestida com roupas de cor amarelo alaranjado, conversando seriamente de um assento elevado a alguma distância dos visitantes e, ocasionalmente, produzindo um milagre ou dois de maneira condescendente. Em vez disto, ele encontra um homem totalmente comum!
Não é, portanto, surpreendente que antes do fim da própria primeira sessão, nosso visitante não pudesse resistir à tentação de perguntar por que Maharaj, a despeito de ser um Jnani, canta Bhajans quatro vezes ao dia. Ou, talvez, a questão pudesse ser: Por que Maharaj acha necessário fumar? A resposta usual de Maharaj em tais casos é simples: Por que não? Estou associado com este corpo por oitenta e tantos anos; por que não deveria receber as poucas migalhas às quais está acostumado? Quanto aos Bhajans quatro vezes ao dia, é uma prática dos tempos de meu Guru. Se, desde então, tive o que se chama usualmente de ‘despertar’, deveria sentir-me obrigado a desistir desta velha e inofensiva rotina? Devemos ocupar o tempo que nos tenha sido designado. Importa o que alguém faz, desde que não cause dano a um outro? É tão simples.
Maharaj continua com este tema mais ou menos como abaixo: Se alguém vê – apercebe-se – as coisas com elas são, se alguém apreende a total manifestação com toda mente e não com a mente dividida de um indivíduo, não está muito longe do grande despertar, e então o que quer que faça não tem importância. De fato, pensar que um ser individual possa atuar independentemente é em si mesmo um engano. O que somos é a presença consciente, e não o invólucro externo da consciência; não o corpo, o qual é apenas um aparato psicossomático utilizado para a cognição da manifestação. Este aparato é apenas um conceito espaço-temporal e, como tal, não tem existência independente e, portanto, não pode atuar independentemente, apesar de todas as aparências do contrário. Compreendamos este fato básico.
O que, então, é a vida? A vida neste universo é nada senão o ‘funcionamento da manifestação’, apesar do que cada indivíduo possa pensar. Vistas nesta perspectiva, as várias manifestações destrutivas como inundações e terremotos perdem sua veemência. Cada corpo é nada exceto alimento para um outro – o rato para o gato, o homem ou o animal para o leão, o cordeiro ou a galinha para o homem e assim por diante. De modo que o que é bom para um é mau para o outro; de fato, tudo que parece acontecer constitui apenas o funcionamento da manifestação. Para cada indivíduo, tudo parece ser seu próprio fazer e experimentar, mas o fato fundamental é que nenhum objeto fenomênico (e isto é tudo o que um ser sensível, relativamente, é) pode ter qualquer existência independente própria. Uma vez que isto seja claramente apreendido, automaticamente se seguirá que todas as responsabilidades e culpas são também conceitos imaginários, baseados na noção errada de que um ser sensível tem existência independente, autonomia e escolha de ação.
Então, o que dizer a respeito de todos os eminentes expoentes nas várias esferas da atividade humana – artes, ciências, esportes –, os maiores pensadores? Devemos admirar o trabalho feito pela consciência ‘através’ destas várias formas físicas, mas não as pessoas particulares que são nada mais que fenômenos conceptuais. Permita-nos entender e ser claro sobre o que realmente acontece. A pergunta que se segue seria: Se as pessoas particulares não alcançaram tudo o que tenha sido obtido, quem o fez? A resposta seria: Ninguém individualmente. O ‘funcionamento’ da manifestação acontece na consciência através de Prajna, o refulgente ator/produtor deste total espetáculo de sonhos, que assume todos os papéis no grande drama onírico que esta manifestação é. E a origem desta presença consciente é o númeno. Os seres sensíveis parecem agir e reagir, mas as ações reais acontecem na consciência.
Admiremos, diz Maharaj, o azul-celeste do céu, a bela lua e o cintilar das estrelas; escrevamos poemas sobre as belezas da natureza; amemos os muitos Avatares que desceram à terra em todas as épocas, cantemos Bhajans quatro vezes ao dia, mas, ao menos, entendamos a condição verdadeira! Eu, o númeno, sou todo o ‘funcionamento’ na consciência!
Finalmente, podemos perguntar-nos: O que fazemos então todo dia? Não estamos vivendo nossas vidas, nós, as milhões de pessoas no mundo? Se pudéssemos pensar profunda e racionalmente sobre o que conhecemos como vida, iríamos facilmente concluir que tudo o que nós fazemos, durante todo o dia, e dia após dia, não é nada senão objetivação. De fato, a manifestação é em si mesma nada mais que contínua objetivação, porque, quando no sono profundo, a consciência descansa, necessariamente cessa a objetivação; e assim acontece com o universo objetivado. No sono profundo, não existe a pessoa, nem o mundo, nem Deus.
O que concebemos por ‘fazer’ nada mais é que objetivação; o funcionamento da manifestação acontece desde que haja consciência. Mas identificar-se desnecessariamente com o executor atrai responsabilidade e culpa. Quando a mente, que é o conteúdo da consciência, está vazia – quando ‘jejua’ ou descansa –, cessa seu fiar e tramar, e ela se acalma. Quando a mente cessa de ‘fazer’, ela simplesmente é. Na ausência de objetivação, nossa presença absoluta é, o universo manifesto não é – nós somos. Ou melhor, ‘Eu sou’.

Compreendamos estes fatos básicos. "



De: "Sinais do Absoluto"

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